Abandono de animais domésticos dispara 70% na pandemia

Por: Mariana Lima

Em meio ao agravamento da crise sanitária com a Covid-19, o descaso com animais domésticos não para de aumentar.

O número de cães e gatos, entre outros bichos, resgatados no Brasil aumentou cerca de 70% no ano passado, segundo levantamento da Ampara Animal, uma associação de mulheres que auxilia abrigos e protetores independentes.

Foram consultados ao menos 530 abrigos por todo o país. No abrigo Toca dos Peludos, localizado na zona rural de Mairiporã (SP), por exemplo, vivem hoje 328 cães, 25 gatos, 19 cabras e 50 galinhas.

Há ainda cinco jumentos, dois cavalos e duas tartarugas. Todos são tratados pelo nome, com exceção das galinhas, devido à aparência semelhante, que dificulta a individualização na hora do trato.

Para manter a estrutura de acolhimento, o espaço precisa de R$ 45 mil por mês. Só de ração, os animais consomem 3,5 toneladas em 30 dias. A crise teve um impacto devastador sobre as doações, que recuaram quase 80%, segundo a organização.

Entre abril e julho de 2020, quando muitos comércios e escritórios estavam fechados, o abrigo presenciou uma explosão de adoção. Contudo, fevereiro de 2021 marcou o ápice de animais acolhidos no espaço.

O desemprego, o fim do auxílio emergencial, a volta ao trabalho presencial e mudanças de casa são alguns dos motivos observados para a queda nas novas adoções e o aumento do abandono.

Todos os mamíferos levados à Toca dos Peludos são castrados, vacinados e vermifugados. Há ainda o compromisso de tentar disponibilizar parte desses animais para doação.

Vira-latas, adultos, de porte médio, pelagem curta e preta compõem o perfil dos animais que as pessoas não querem adotar ou que são frequentemente abandonados depois de adultos caso consigam a adoção ainda filhotes.

Fonte: Folha de S.Paulo

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